terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tomatagro em São João da Ribeira



A unidade transformadora de tomate foi inaugurada a 12 de Junho de 1965.
Na altura a fábrica chamava-se "António & Henrique Serrano, Lda" e presidiu à inauguração Amaro da Costa, secretário de estado da indústria, que foi recebido juntamente com a sua comitiva pelos administradores do complexo fabril.
Poucos anos após a inauguração a unidade esteve perto da falência e o Estado como principal acionista teve de intervir assumindo a sua gestão. A fábrica passou-se a dominar por "Produtos Alimentares António & Henrique Serrano, S.A.".
Em 1992 a fábrica de processamento e transformação do tomate acabou mesmo por fechar.
Em 1994 a fábrica reabre com a designação de "Tomatagro - Indústria Agro-Alimentar, S.A." após as instalações terem sido adquiridas por uma multinacional.
Desde o início da laboração que esta fábrica tem sido alvo de queixas por contaminação do rio Maior. Em 1965 a fábrica começa a produzir sem ter nenhuma estação de tratamento dos resíduos levando a que o peixe e enguias que existiam no rio Maior desaparecessem por completa. Hoje em dia a situação está melhor, mas as queixas de contaminação do rio principalmente durante a época de recolha do tomate continuem.
Nestes dias na empresa TOMATAGRO em São João da Ribeira existe uma movimentação de veículos e produtos raramente vistos durante o ano. Esta agitação é devido ao movimento quase continuo de chegada de camiões e tractores carregados com a colheita deste ano de tomate. Esta empresa do ramo agro-alimentar é responsável pela produção de concentrado de tomate e está localizada numa das mais importantes zonas de cultivo do país, exportando o concentrado para todo o mundo.
Para além da Tomatagro, em Portugal também laboram no mesmo ramo outras empresas como a Sugal, Tomgal, Compal, Italagro, FIT, Sopragol, Sutol, Tomsil e Campil.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pão de Ló de Rio Maior


Hoje este artigo é dedicado a um património gastronómico da nossa região. Claro que me refiro ao Pão de Ló de Rio Maior que se distingue do pão de ló tradicional que é alto e seco, sendo este baixo e húmido.
Segundo consta, é a Alice Sequeira que devemos a receita deste doce, pois conseguiu criar um pão de ló diferente dos restantes devido a usar uma temperatura do forno e um tempo de cozedura diferente do que era costume.
O incrível é que este doce leva apenas 3 ingredientes: Ovos, açúcar e farinha de trigo.



Não querendo desvendar todos os segredos do fabrico deste doce, pois não os sei, fica de seguida uma receita que lhe permitirá fazer um pão de ló húmido muito bom.
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Pão de ló de Rio Maior.
Ingredientes:
- 4 ovos inteiros + 8 gemas
- 150g de açúcar
- 75g de farinha
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 220-230ºC.
Colocar os 4 ovos inteiros numa taça e bater energicamente entre 5 a 10 minutos, até ficar com uma coloração esbranquiçada e bem fofo.
Para melhores resultados, deve-se usar uma batedeira eléctrica.
Acrescentar pouco a pouco as gemas previamente desfeitas batendo sempre durante mais uns outros 5 ou 10 minutos.
Envolver a farinha peneirada que vai sendo polvilhada sem bater, usando a batedeira na velocidade mínima e apenas durante alguns segundos.
Forrar uma forma que se permita abrir (pois o bolo no final não se pode virar) com papel vegetal untado de manteiga e farinha.
Verter a massa para a forma e deixar cozer durante 7 minutos.
Caso note que durante o tempo de cozedura o forno está a assar mais de um dos lados, aos 4 minutos rodar a forma 180º.
Resista á tentação de deixar o bolo mais tempo dentro do forno, pois basta deixar a mais 1 ou 2 minutos e o pão de ló vai ficar seco. Pelo menos durante a primeira tentativa, siga o tempo á risca.
Retirar a forma do forno e deixar arrefecer.
Quando o pão de ló já estiver bem frio retirar-lo da forma com o papel vegetal. Com o conjunto já fora da forma separar o bolo do papel passando uma espátula metálica e comprida por baixo deste.
Vai ver que o pão de ló lhe vai saber melhor se conseguir resistir a o comer durante as primeiras horas, pois este vai abatendo formando as rugas e a espuma de ovos vai dando origem a uma calda deliciosa.
Bom apetite.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Festas em Arrouquelas

Como acontece um pouco por todo o lado, estamos em época de festas e este último fim-de-semana foi a vez de Arrouquelas realizar a sua festa anual.
Que Arrouquelas estava em festa era bem evidente com os mastros contendo bandeiras espalhados um pouco por toda a aldeia e também por ter a sua igreja iluminada.

Durante a tarde e noite era para o recinto de festas da Associação Recreativa e Cultural de Arrouquelas (ARCA) que toda a gente se dirigia.
Aqui não podia faltar a boa amostra da gastronomia local sempre acompanhada de bons vinhos.
Um bom local para jantar rodeado de vizinhos, no qual as crianças têm liberdade para brincarem sem grandes restrições.


Neste ano não faltaram os pauliteiros de Miranda do Douro para animar a festa. Este tipo de 'dança' era praticado para comemorar as vitórias dos homens da terra quando estes regressavam da guerra.
Durante as noites houve sempre música para animar as pessoas, sendo que cada noite actuava um grupo diferente.

No Domingo teve lugar a parte mais religiosa das festividades, saindo à rua a procissão em honra da padroeira da terra, a Nossa Senhora da Encarnação (neste dia, a imagem surgiu com o seu manto coberto com ouro e dinheiro de ofertas).


A procissão passou pelas ruas principais de Arrouquelas, alongando-se ao longo de muitos metros, pois para além dos vários estandartes, este ano existiam 9 andores que desfilaram seguidos por muitos populares com o som da banda filarmónica sempre presente.



Como tem sido hábito, o fogo de artifício não podia faltar.


domingo, 1 de agosto de 2010

Azenhas em Alcobertas

Sendo Alcobertas uma espécie de oásis no meio desta zona árida da serra dos candeeiros, não é de estranhar que a água que brota da nascente no seu 'olho d'água' tenha sido bem aproveitada aos longos dos tempos com recurso ás tecnologias da época.
Ainda não vai muito tempo as azenhas eram usadas para moer cereais e aqui em Alcobertas ainda restam vestígios de duas delas.
Logo na nascente, a ribeira divide-se em duas. Seguindo o braço de água que segue pelo nível superior, a poucos metros de distância pode-se observar que a água desaparece por baixo de uma casa que de momento se encontra em reconstrução.
Do outro lado a água reaparece numa conduta que vai ter á roda da azenha.

Neste lugar estranhamente verde, mas de uma incrível beleza encontra-se a roda que aproveita a energia da água para fazer mover a mó do moinho.
Muito recentemente este moinho ainda produzia mais de duas toneladas de farinha por ano.

Um pouco mais abaixo, e já após os dois braços de água se terem unido novamente encontra-se uma grande cascata e o recuperado edifício de uma outra azenha.


Este património merece de ser conservado, pois para além de fazerem parte de um conjunto de construções que valorizam toda uma zona, são memórias de um passado não muito distante cronologicamente, mas que devido ao incrível avanço tecnológico dos nossos dias já poucos jovens sabem para que serviram. Preservar o passado é garantir um futuro sustentado.