quinta-feira, 14 de abril de 2011

Moinho D'Ordem em São João da Ribeira

Quem passa pela estrada nacional 114 que liga Rio Maior a Santarém, na Freguesia de São João da Ribeira, encontra uma tabuleta a indicar a localidade de Moinho D’Ordem.
Pouca gente sabe é que realmente existiu ali, a poucos metros de distância um moinho que já pertenceu à Ordem religiosa de Cister e que em meados do século passado ainda funcionava moendo cereais.
O local do moinho, ficava no lado direito da segunda ponte para quem vem da EN114 pela estrada do moinho d’ordem (A primeira ponte é sobre o braço principal do rio Maior e a segunda ponte era sobre o braço do rio que desviava parte do caudal de água para alimentar o moinho).
Os últimos momentos do moinho contam-se em poucas palavras.
A antiga rendeira do moinho da ordem, deu autorização para derrubarem uns barracões que se situavam nas imediações do moinho. Qual não foi o seu espanto, quando constata que juntamente com os barracões o moinho também tinha sido destruído.
O braço do rio que alimentava o moinho foi aterrado e as mós, juntamente com as noras e fundações, ainda lá devem de estar por debaixo da terra.
O derrube do moinho não foi para construir algum novo edifício ou caminho, pois no seu local encontra-se um simples campo de cultivo.
Assim se perde um património que era muito querido pelos habitantes da terra e cujas paredes podiam contar muitas histórias pois embora o edifício tenha-se colapsado em poucas horas, já existia há vários séculos.
O moinho pertencia à família Regalas e os últimos rendeiros do moinho foram o casal Manuel e Isaurinda Montês.



O moinho da Ordem tem este nome pois como já foi dito, pertenceu à Ordem de Cister cujos frades construíram alguns dos moinhos que existiam na região.
O maior mosteiro da Ordem de Cister em Portugal, o Mosteiro ou Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, é uma jóia da arquitectura medieval. Este mosteiro que é desde 1999 considerado Património Mundial pela UNESCO, foi mandado construir logo após a conquista de Santarém aos mouros.
A Ordem de Cister teve uma presença muito forte na região de Rio Maior e dedicava-se entre outras coisas ao comércio de sal das salinas.
A Ordem estabeleceu-se em Portugal pela primeira vez em Tarouca, no ano de 1144.

As fotografias antigas deste artigo são de habitantes de São João da Ribeira que as cederam para um debate promovido pelo Movimento Cívico Ar Puro sobre o rio Maior, em 20 de Fevereiro de 2011.

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