segunda-feira, 26 de maio de 2014

Obra "Brazilíada" - Referência a Rio Maior

“Brazilíada, ou Portugal imune, e salvo: Poema épico em doze cantos; composto debaixo dos auspícios do excelentissimo senhor D. Francisco de Almeida Mello e Castro …” por Thomaz Antonio dos Santos e Silva. De 1815.
Francisco de Almeida era enfermeiro-mor do Hospital Real de S.José.
Este extenso poema dedicado a Francisco de Almeida deve-se ao facto de Thomaz dos Santos ter passado 12 anos internado e ter assistido a todas as reformas ocorridas no hospital. Thomaz dos Santos chegou ao hospital cego e aleijado e rapidamente o enfermeiro-mor se tornou o seu herói.
O que me interessa neste poema é a referência às salinas de Rio Maior na página 86. 



“(…)  
Daqui vedes não longe mixta gente  
De pé, e de cavallo, o casco, ou elmo  
D’alvos cordões cingindo donde pende  
Felpuda cauda do animal astuto,  
Porção nobre da minha Estremadura,  
A’quem fica do Téjo, a ti vizinha,  
Oh fértil Santarem, oh Torres-novas;  
C’o a fresca Golegã, e a vargem sua,  
Notavel por seu optimo mercado,  
E a ti, Rio-maior, q’em tal distancia  
Roubaste ao vasto Oceano o segredo,  
Com q’as ondas congela, e o sal fabríca;  
Agoas bebe do Zezere huma, e outra,  
Que parece azedar-lhe sangue e bofe,  
Sômente no exterior afável, meiga;  
Sim expedita, e forte, mas q’estima  
Ferir mais a seu salvo, ou surpreendendo, 
Ou reduzindo á fome (1) hum Campo em frente. 
(…) 

1)    Tal succedeo a Massena, durante o tempo que se demorou sobre estes contornos.”

 

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