sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mala-Posta em 1833


Na Gazeta de Lisboa, parte 2, edições 1-135, existe um relato interessante relativo ao serviço de mala-posta de 1833, envolvendo Rio Maior.


Consta assim:

Pela Administração Geral de Correios e Postas do Reino, se faz publicar proceder-se novamente nos dias 3, 4 e 5 do próximo mez de Dezembro, á arrematação do transporte das malas das correspondências geraes entre Lisboa, e Castanheira; desta Villa a Rio Maior, e daqui a Pombal; e assim tambem da Castanheira, e Santarém ida e volta, pelo menor preço. Toda a pessoa a quem convier o dito serviço em cada um dos locaes separados, ou reunidos, pode comparecer na Contadoria da mesma Administração das 9 até ás 2 horas dos mencionados dias para licitar, e lhe serão presentes as condições do contracto. Contadoria d’Administração Geral dos Correios em 22 de Novembro de 1833. – Manoel Ferreira Barbas.”

Em Rio Maior a Casa da Muda no Alto da Serra dava apoio à mala-posta. Pode saber mais sobre este tema em: 

http://rio-maior-cidadania.blogspot.de/2010/02/casa-da-muda-em-rio-maior-mala-posta.html
Aqui refiro as várias interrupções que o serviço de mala-posta teve, do elevado custo em manter as carreiras e do fim desta atividade devido à chegada do comboio a vapor em 1864.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estradas no século XIX


‘Roteiro Terrestre de Portugal’ de 1814, cujo autor foi o padre João Baptista de Castro.
 
Segundo o próprio autor, nesta publicação ‘Em que se expõem, e ensinão por jornadas, e summarios não só as viagens, e as distancias, que ha de Lisboa para as principais terras das Provincias deste Reino, mas as derrotas por travessias de humas a outras povoações dele.
 
 
Interessante é nesta publicação a sugestão de se mandar colocar nas entradas e saídas das povoações, bem como a espaços regulares uns cruzeiros de pedra em que nos lados das bases estivessem gravadas as distâncias em léguas entre lugares. Também se refere que com esta ação se imitaria os Romanos que marcavam as suas estradas imperiais e são citadas as cidades de Évora e Mafra que já dispunham de marcação semelhante.
 
No que se refere ao sistema de medida, o autor adverte que no reino de Portugal não havia uma medida certa para identificar distâncias, pelo que as léguas eram normalmente medidas por estimativa. No entanto, segundo o engenheiro mór do reino e referido na publicação, deve-se calcular a légua por uma hora de caminho a passo cheio, dando a cada légua 3.000 passos geométricos, a cada passo 5 pés geométricos, que equivalem a 6 e 1/3 palmos craveiros portugueses. Assim, cada légua portuguesa equivale a 28.178 palmos ou 2.818 braças de 10 palmos (embora não entenda este cálculo, é o que o autor refere). Assim sendo a légua seria de 6200 metros (considerando que 1palmo=22cm).
Normalmente a légua é tida como: 1 légua = 3000 braças = 30.000 palmos = 6.600 metros.
 
É interessante ainda a observação de que um correio a pé, caminha de verão 14 léguas e de inverno 13 léguas por dia. Indo a cavalo, anda 37 léguas de verão e 30 léguas de inverno, por dia.
 
A caracterização da Estremadura também é de ter em conta.
Chama-se esta Provincia de Estremadura, não porque diga respeito ao Douro, ou suas ribeiras, mas pela demarcação antiga, que os Reis fizeram das terras conquistadas deste Reino, regulando-as segundo a maior, ou menor distancia que tinhão com o rio Douro; e como esta Região, e suas terras são as ultimas, e as mais estremas do Douro, se ficou por isso chamando assim. Confina pela parte Norte com a Beira, donde se separa pelo rio Zezere, e pelo Sul com a do Alem-Tejo. Comprehende-se dentro dos limites 40 leguas de comprido, e 20 de largo. He a parte do Reino, que fica mais sobranceira para a costa do mar Oceano, que a provê de muito, e saboroso peixe. Em tudo mais he fértil, rica, habitada, cultivada, e capaz das marchas de exércitos; e ainda que tenha algumas terras ásperas, são pouco fragosas. Contém duas Cidades, e cento e onze Villas, das quaes oito são cabeças de Comarca.”
 
 
Das distâncias envolvendo Rio maior:

Viagem da Estremadura – Das Caldas para Santarém
A’Fanadia                     2
Mata da Albergaria    1
Rio Maior                     1
Escusa                           1
Malhaqnejo                 1
Pero Filho                     1
Santarém                      1
Total                              7 léguas

Roteiro de Lisboa para a Villa de Torres Novas
A Loires                          1
Trocival                          4
Ramalhal                       1
Martim Joannes           2
Quinta de D. Durão     1
Venda da Pia                 1
Rio Maior                       1
Alcanede                        3
Torres Novas                 4
Total                              19 léguas

domingo, 12 de janeiro de 2014

As Janeiras




Cantar as Janeiras é uma tradição em Portugal que também tem expressão em Rio Maior.
Esta maneira de anunciar o nascimento de Jesus e desejar um feliz Ano Novo foi este ano recriada em Arrouquelas pela Associação de Solidariedade, Salpiquete.
Normalmente esta tradição ocorre entre o dia 1 de Janeiro e o dia 6, Dia de Reis ou Epifania. Actualmente é comum se prolongar as Janeiras por todo o mês de Janeiro.
Estas cantigas assumem as denominações de Natálias, Janeiras e Reis, consoante são cantadas pelo Natal, Ano Novo ou pelos Reis.


Esta é uma excelente maneira de cantando percorrer pela noite fria as ruas da localidade, desejando as maiores felicidades a todos os seus habitantes.