quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ordem de Malta em Rio Maior


A Ordem de Malta, também conhecida como Ordem do Hospital (O nome oficial é Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta) foi fundada no século XI na Palestina, durante as Cruzadas.
Com a derrota dos cruzados na Palestina, a Ordem passou a operar desde a Ilha de Rodes como estado soberano e mais tarde desde Malta, como estado vassalo do Reino da Sicília. Já em 1798 a possessão de Malta foi capturada por Napoleão. O imperador da Rússia doou à Ordem um abrigo em São Petersburgo e mais tarde em 1834 a Ordem é reativada a partir de Roma.

Em Portugal, D. Teresa, Mãe de D. Afonso Henriques doou o Mosteiro de Leça do Balio à Ordem de Malta na década de 1120 e mais tarde em 1140, já D. Afonso Henriques redigiu uma Carta de Couto a favor da Ordem. Logo após a tomada de Santarém em 1147 por D. Afonso Henriques, os cruzados foram recompensados e os Cavaleiros da Ordem do Hospital receberam entre outras a primitiva Igreja de São João do Alporão (Atualmente situada no centro histórico de Santarém). A Ordem reconstruiu o templo que em 1207 veio a receber os restos mortais do filho bastardo de D. Afonso Henrique, Afonso de Portugal, o primeiro Grão-Mestre português da Ordem.
A freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Pontével (Cartaxo), foi priorado da Ordem de Malta.
O superior português da ordem dos Hospitalários era designado pelo nome de Prior do Hospital e a partir de D. Afonso IV por Prior do Crato. D. Álvaro Gonçalves Pereira tornou-se o primeiro Prior de Crato ao transferir a sede dos Hospitalários de Leça do Bailio para o Crato (território que incluía o atual Concelho do Crato e mais terras a norte do rio Tejo) que foi doado por D. Sancho II.

Em Rio Maior, no ano de 1307, a Ordem de Malta, possuía várias vinhas e herdades, conforme pode ser confirmado nas páginas 124 e 125 da “Nova História da Militar Ordem de Malta, e dos Senhores Grão-Priores Della, em Portugal” de 1793.
Os moradores nas terras pertencentes à Ordem, tinham que pagar a sexta parte de tudo o que aí produzissem.

As Ordens Militares estiveram muito ativas na região de Rio Maior.
Pode ler um artigo sobre a Ordem do Templo em:
http://rio-maior-cidadania.blogspot.de/2014/10/carta-de-aforamento-de-1294.html

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Contradança

Está-se a aproximar o dia 3 de Fevereiro e gostava de lembrar que nesta data se celebra a Festa de São Brás em Malaqueijo.
Um dos fatores diferenciadores dos festejos é que neste evento se convida todos os presentes para a Contradança.

Há cerca de cem anos, chegou a Malaqueijo a tradição da Contradança, trazida pelos combatentes da primeira guerra mundial que estiveram na Flandres. Desde essa altura é habitual ouvir-se os cavalheiros perguntarem “A menina contradança?” por ocasião das festas de São Brás, no Largo da Contradança (frente ao Mercado Diário).
O termo Contradança nada é relativo a uma anti-dança, mas sim a um tipo de dança que originalmente era dançada em salões principescos ao som de minuetes em que os pares de damas e cavalheiros avançam, recuam, intercalam-se ou rodopiam entre si. Em termos mais técnicos é uma dança de ritmo rápido e compasso binário composto de várias seções de oito compassos que se repetem.
 
A contradança teve origem na dança tradicional inglesa ‘Country Dancing’, que foi traduzida e adotada pelos franceses de forma absurda como ‘Contredance’. Os portugueses adaptaram esta expressão francesa a Contradança.
Existem registos de em Portugal, por altura das invasões francesas (início do século XIX) os portugueses terem assimilado esta dança muito em voga entre franceses e ingleses.
A contradança surge assim nas festas populares como uma sequência de várias danças com diversas melodias e ritmos em que os participantes obdencem à voz de um mandador. Como a contradança teve origem na ‘Contredance’ francesa, é usual as ordens do mandador usarem termos afrancesados.
 
Quem vier a Malaqueijo vai poder ouvir o mandador que também é bailarino gritar ordens que vão definindo a coreografia como ‘Grand promenade!’, ‘Au contraire!’ e ‘Changez dames!’. O ritmo vai aumentando conforme os participantes vão aquecendo, mas fazem-se intervalos frequentes para se recuperar o fôlego e molhar a garganta. Os três acordeões que normalmente comparecem, animam e levam à boa disposição nesta festa que junta pessoas de todas as idades.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Fontanário em Pé da Serra.

Em Pé da Serra, podemos encontrar esta fonte que atualmente fica entre dois portões de uma propriedade particular

A fonte foi inaugurada a 1 de Julho de 1989. Foi uma obra da Comissão de Melhoramentos de Pé da Serra, da Junta de Freguesia de Rio Maior e da Câmara Municipal.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Vegetação de 1804 em Rio Maior



Em 1804 foi editada a “FLORA LUSITÂNICA, seu plantarum, quae in Lusitania vel sponte crescunt, vel frequentius coluntur, ex florum praesertim sexubus systematice distrinutarum, synopsis. Lisbon 1804, 2 vols. Qu.”. Esta publicação provavelmente só foi publicada na primeira metade de 1805.
A compilação foi realizada pelo botânico português, Felix di Avelar Brotero (1744-1828).
O livro está escrito em latim, é o primeiro do género em Portugal e teve como base o sistema sexual de Lineu. Estão descritas 1885 espécies, algumas das quais desconhecidas para a ciência da época.


Em relação a Rio Maior, surge a referência de ser lugar para a proliferação de 5 espécies:
Iris Sisyrinchium

Rhinanthus versicolor

Antirrhinum origanifolium

Cnicus pinnatifidus

Frankenia pulverulenta

Para além destas plantas em que surge a referência específica a Rio Maior, existem muitas outras que aqui também existiam (e existem) e que surgem referenciadas à região.

A obra pode ser consultada em: 
https://books.google.pt/books?id=xcMZAAAAYAAJ&printsec=frontcover&dq=Flora+lusit%C3%A2nica&hl=pt-PT&sa=X&ei=Yz2-VLf0KIHAOa3RgNgL&ved=0CCgQ6AEwAQ#v=onepage&q=Flora%20lusit%C3%A2nica&f=false

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Georgina Pinto




Georgina Pinto nasceu a 12 de Dezembro de 1868 em Rio Maior.

A actriz estreou-se no Porto no Teatro D. Afonso (Teatro já desaparecido), na companhia de Taveira, Santinhos e José Ricardo. Foi contratada para o coro, mas a sua bela figura de mulher e a sua voz clara, sonora e fresca, abriram-lhe a possibilidade de actuar, o que veio a acontecer na peça “Reino de Mulheres” de Sousa Bastos. Antes, já tinha representado em palcos amadores, manifestando extraordinárias faculdades artísticas.

Georgina conquistou o público na capital do Norte e depois partiu à conquista de Lisboa e Açores.
Apesar de ter começado com papéis de comédia e operetas, passou ao drama no espectáculo “Fanfan” de Lopes Teixeira.
Em Lisboa representou em teatros como o S.Luis e o D.Maria II. Após uma digressão pelo Brasil, constituiu uma companhia com o actor Carlos Santos, no Teatro da Rua dos Condes.


A actriz faleceu de febre amarela a 12 de Abril de 1903 no Rio de Janeiro. Na altura do seu falecimento, Georgina estava a ensaiar para a peça “O Oráculo” e iria interpretar a personagem central, Helena, que foi criada especialmente para si. Em exibição estava a peça “Estrangeira” que foi interrompida pela morte da actriz.
Georgina Pinto era a actriz principal da companhia “Parabeniza” do empresário e dramaturgo português, Eduardo Vitorino.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Pecuária abandonada em Arrouquelas.

Rio Maior possui várias suiniculturas.
Em São João da Ribeira e em Ribeira de São João têm sido notícia pelos conflitos existentes entre a atividade pecuária e a poluição dos campos, cursos de água e do mau estar que causam nas povoações vizinhas às instalações (o mau cheiro e as infestações são o lado mais notado).
Este artigo pretende abordar o tema por um outro ponto de vista.
O que acontece às pecuárias quando abandonadas?
Fica aqui uma reportagem sobre uma pecuária atualmente ao abandono em Arrouquelas.
Curiosamente esta unidade pecuária não se encontra perto de nenhuma residência.

Como em qualquer local abandonado e sem segurança o espaço encontra-se desprotegido.

A casa principal está aberta e serve de local para a pernoita de sem abrigos. Claro que tudo o que havia para roubar foi roubado.
 
Nos armazéns ainda se encontram materiais associados à atividade, incluindo alguns medicamentos e produtos químicos.

As instalações estão vazias, mas limpas. Ao contrário do que estava à espera, não se nota restos de fezes acumuladas.



 
Existe registos de um passado em que se pode constatar quantos porcos havia por secção e até o número de animais que morreram.
 
As instalações abandonadas podem ser um risco para miúdos que para aqui sejam atraídos para brincar.
 
Pelas imagens aéreas do local, percebe-se a dimensão já considerável da exploração e o reduzido número de lagoas para se fazer o tratamento dos afluentes.